José Gerardo de Oliveira

José Gerardo de Oliveira (Aracoiaba )– na fluência do tempo, lutador, desbravador, vencedor

José Gerardo de Oliveira nasceu em 13 de abril de 1943, em Aracoiba, a 80 km de Fortaleza, filho de Antônio Rodrigues de Oliveira e Alice de Oliveira, ele de Boa Viagem, ela de Pacoti, ao lado de Guaramiranga.

 

Seu avô paterno, João Rodrigues de Castro e Silva, era da agricultura,

 

A avó Maria Firmina do Espírito Santo, do lar .

 

Seu materno, Agostinho de Oliveira, também era da agricultura.

 

A avó materna, Maria Helena da Conceição, do lar.

 

Antônio e Alice tiveram16 filhos, mas sobreviveram oito: o mais velho, João, morreu aos 21 anos como se fosse criança, em razão de problemas genéticos, pois seus avós maternos eram primos em primeiro grau. Rosiné, morreu com 12 anos, Maria das Graças, aos 6 e César, quando tinha 1 ano. Agostinho, o mais velho dos que sobriveram, trabalhava na Petrobrás, mas já se aposentou e mora em Fortaleza, Maria Helena, professora, trabalhava na TV Educativa do Ceará e Gilberto mora no Amapá, formado em Música e em Direito, é aposentado do tribunal de Justiça.

 

 

 

Antônio tinha uma casa de comércio em Pacoti, onde conheceu Alice. Ao se casarem, em 1927, foram morar em Baturité e depois em Aracoiaba, onde dedicou-se à agricultura, mudando-se para Fortaleza , em 1946, quando passou a trabalhar como empregado do comércio.

 

 

 

“Tive uma vida simples e pobre, materialmente, mas cheia de amor e carinho, tendo como exemplos a abnegação e a honestidade que meus pais praticavam e que me deixaram como legado. As dificuldades materiais eram o amálgama que nos unia. Fui contemplado com uma adolescência de formação severa e rígida em princípios, mas de uma solidez moral, cultural e espiritual inigualável que se reflete a cada dia, como um te deum por aquela dádiva propiciada numa época de formação tão significativa de minha vida”.

 

 

 

José Gerardo de Oliveira fez alfabetização com d.Lica, em Otávio Bonfim, rua Larga. Aos 12 anos, mesmo sem saber se era vocacionado para a vida sacerdotal, ingressou no Seminário Seráfico Nossa Senhora do Brasil, dos frades capuchinhos, em Messejana, onde fez o então ginásio. Foi interno durante seis anos, tendo deixado a vida religiosa em 1961. Depois de 50 anos, os colegas do Seminário passaram a se encontrar. Em 2013, realizaram o terceiro encontro de ex-seminaristas. No Seminário, em sinal de desapego à vida mundana, todos os internos usavam o hábito franciscano e trocavam seu nome da vida civil por um nome religioso. Frei Mario, era ele, sendo oportuno lembrar os colegas Frei Leão, Frei Felix, Frei Herminio, que continuou na vida religiosa e mora em Roma e trabalha no Vaticano, Frei Pedro Batista, Procurador do Estado do Ceará, Frei Ernesto (na vida civil Osvaldo Pinheiro Torres) que trabalhou em Brasilia na Camara dos Deputados, Frei Eduardo (na vida civil João Batista Rios), Juiz de Direito em Teresina, Frei Rafael (na vida civil Paulo de Tarso), Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Ceará, dentre outros.

 

 

 

Após sair do Seminário, além de suas atividades laborais e estudantis, dedicou-se a fazer concursos para ingresso no Banco do Brasil. Na sua terceira tentativa, em 1964, logrou êxito. Estudava no Liceu Estadual do Ceará, mas como temia ser designado para o interior do estado, interrompendo seus estudos, simultaneamente, fez o art.99, o antigo e conhecido Curso Clássico, obtendo aprovação, ao tempo em que concluía o Científico, no Liceu do Ceará, no final de 1964.

 

 

 

Consultado, aceitou assumiu suas funções na agência do Banco do Brasil, em Lajeado, no Rio Grande do Sul, o que aconteceu em 31.8.65. Foi uma mudança drástica na sua vida. De menino pobre, que jamais saíra do Ceará, ir trabalhar nas longínquas terras do Sul do Brasil. Lajeado dista 110 km a noroeste de Porto Alegre/RS e é vizinha de Estrela, separadas pelo Rio Taquari.

 

Para complementar seu salário e preencher o tempo, dava aulas no Colégio Madre Bárbara, das freiras, e no Colégio São José, dos Irmãos Maristas, ambos em Lajeado.

 

 

 

Em 1968, na Igreja Matriz de Santo Inácio de Loyla, de Lajeado, casou-se com a gaúcha Rachel Monteiro de Oliveira, antes Rachel Bizarro Monteiro, filha de Ophir Monteiro e Cora Bizarro Monteiro. Ele, cônsul do Grêmio em Lajeado e comerciante, tinha uma empresa de navegação fluvial, Navegação e Comercio Lajeado Ltda. Ele de Taquara, e ela, de Taquari. Rachel, com quem é casado há quase 45 anos, e que o acompanhou na caminhada, é bacharela em Direito e aposentada no cargo de Analista do Superior Tribunal de Justiça.

 

 

 

Do casamento nasceram: Adriano Monteiro de Oliveira, engenheiro mecânico, formado pela Unicamp, com mestrado pela USP, trabalha na ANAC, em São Paulo/SP, como Gerente de Segurança Operacional, casado com Silvana Rosolen, bacharela em Direito e em Economia, Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do Planejamento, atualmente com dois filhos, Rafael Roselen de Oliveira e Sabrina Rosolen de Oliveira; Bárbara de Oliveira Ramos Galvez, psicóloga, formada pelo UNICEUB e pós-graduada pela FGV, trabalha no Ministério da Saúde, casada com Pablo Vasconcelos Ramos Galvez , auditor do Banco do Brasil; e Gustavo Monteiro de Oliveira, engenheiro eletricista, formado pelo IESB, com especialização em engenharia de redes, trabalha na Ericcson, em Estocolmo.

 

 

 

Em 06.09.67, José Gerardo foi removido para Porto Alegre para trabalhar no Departamento de Comercialização do Trigo Nacional-CTRIN, órgão da então estrutura organizacional da Direção Geral do Banco do Brasil .

 

Depois de casado, ingressou, em 1969, na Faculdade de Letras, da Faculdade Porto Alegrense de Filosofia, Ciências e Letras-FAPA, vindo a concluir o curso em Brasília, em decorrência de transferência para a Capital Federal, obtendo licenciatura plena em português e inglês e suas respectivas literaturas, em 1972, no UNICEUB

 

 

 

Em 1972, foi transferido para Brasília, pois fora cedido pelo Banco do Brasil à Presidência da República, onde permaneceu até dezembro de 1977.

 

Em 1973, ingressou no Curso de Direito, formando-se em 1976, sendo o Orador da Turma. Alguns colegas de destaque: Raimundo Tarcisio Cruz Macedo, e sua mulher Sandra Tanajura Macedo, Ronaldo Márcio do Vale, com quem manteve escritório por muitos anos, João Timóteo de Oliveira hoje Desembagador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, dentre outros.

 

 

 

Em 1977, retornou ao Banco e foi lotado no Departamento de Formação de Pessoal-DESED, onde ficou durante seis meses, indo para a Consultoria Jurídica Consultiva, do Banco do Brasil, que acabara de ser transferida do Rio de Janeiro, chefiada por Jose Carlos Meirelles Vieira Tinha o propósito manifesto de ingressar no quadro jurídico. Revela que foi levado à Consultoria por indicação do emérito advogado e jurista cearense, Dr. José Sampaio de Lacerda, um dos brilhantes na área jurídica do Banco. Dedicou-se a montar, em sua totalidade, um Curso de Treinamento para os advogados do Banco, uniformizando procedimentos na área jurídica, assim como de aperfeiçoamento doutrinário. O Curso foi implantando pelo Departamento de Desenvolvimento de Pessoal-DESED, subordinado à Diretoria de Recursos Humanos. Conforta-o saber que até hoje, com os ajustes e adaptações necessários, o Seminário para Advogados do Banco do Brasil ainda é mantido.

 

 

 

Jose Gerardo passou para o quadro jurídico, inicialmente como advogado, depois foi Assessor Jurídico e, ao se aposentar, em 1994, exercia as funções de Consultor Jurídico-Adjunto.

 

Mesmo trabalhando no Banco do Brasil, abriu escritório de advocacia, em 1977, o que lhe possibilitou exercer a advocacia forense até 1994. Durante seus vinte e oito anos e meio de Banco, contribuiu para com associações de empregados da instituição, sendo, ainda, um dos fundadores da BANCORBRAS e da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Funcionários do Banco do Brasil-COOPERFORTE, ambas hoje em plena atividade.

 

 

 

José Gerardo queria mais.

 

Em 1993, fez concurso para Juiz de Direito do Distrito Federal, passou e, em 1994, assumiu como juiz de direito substituto, auxiliando, inicialmente, na 10ª Vara Cível, no Palácio da Justiça. Ainda como juiz substituto, trabalhou em Taguatinga e em diversas varas da Circunscrição Judiciária Especial de Brasilia, tais como em varas criminais, de família e na auditoria militar. Fez parte da Diretoria da AMAGIS, como Diretor de Convênios, oportunidade em que, no prazo de um ano e seis meses e na companhia do então Juiz Sebastião Coelho da Silva, hoje Desembargador, e da Juíza Eutália Maciel Coutinho, construiu a sede do Clube dos Magistrados do Distrito Federal. Em 1996, passou a Juiz Titular da 1ª.vara criminal de Ceilândia, onde permaneceu por oito anos até se aposentar, complementando com contagem recíproca, 42 anos de serviços. Na Ceilândia, foi Diretor do Fórum, de 1996 a 1999, criou a EXPOARC-Semana de Arte e Cultura dos Servidores de Ceilandia, dentre outras regulamentações de ordem administrativa.

 

Em 2002, concluiu sua pós-graduação em Direito Penal, pela Universidade Católica de Brasília, com a monografia: “Ineficácia da Pena Privativa de Liberdade na Recuperação do Preso e na Prevenção do Crime”.

 

 

 

“Minha mocidade e minha meia-idade se mesclaram em um conjunto de realizações, para mim, expressivas e incomparáveis no campo familiar, intelectual, profissional e social: desfrutei, ardorosa e intensamente, do convívio com a esposa e meus três filhos, razões vitais de meu empenho, na fluência do tempo; incansável e sedento de mais saber, como um reflexo de meu diminuto mundo d’outrora, não desperdicei oportunidades para alargar conhecimentos quer técnicos, quer científicos, dentro de minha área de atuação, ou mesmo empíricos e de iniciação filosófica. Por onde passei, ofereci ao meu país, com dignidade e honradez, o máximo que me foi possível, dentro de minhas normais limitações, no exercício das funções desempenhadas”, conclui. (JBSG)