Segunda, 29 Abril 2024
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João Belmino Chaves

João Belmino Chaves (Limoeiro do Norte) procurador geral da FUNAI

Nascido em São João Do Jaguaribe, após a missa do galo em 1930, mais preeicsamente em 25.12.1930, João Belmino Chaves. Filho de filho de Antônio Belmino Chaves e Maria Nogueira Mendes.

 

Terceiro filho de dez, observador e curioso, foi visto como a esperança de um padre na família. Cresceu educado dentro dos princípios cristãos Criado no sertão percebeu desde cedo as dificuldades e o imponderável da vida. Os caprichos climáticos faziam com que tempos de fartura se alternassem com privações, assim se deu a sua educação, na fartura pode frequentar o “colégio dos padres” e por tempos precisou largar os estudos e ficar recolhido na fazenda paterna.

 

Filho de fazendeiro, viveu muitos anos entre a cidade e a fazenda.

 

O seu pai, homem de rara visão, aproveitou um momento de “vacas gordas” e adquiriu uma casa na cidade de forma a promover uma educação mais consistente para os filhos. Nesse momento, João se viu numa encruzilhada, seguir na fazenda lidando com o gado que tanto amava ou se instruir.

 

 

 

Cursou o primário e o ginásio no Ginásio Diocesano Padre Anchieta em Limoeiro do Norte.

 

Seguiu para Fortaleza (CE) onde cursou o 2º grau no Colégio Estadual do Ceará, antigo Liceu do Ceará.

 

Ingressou no curso de Bacharel em Direito na Faculdade de Direito na Universidade Federal do Ceará.

 

Concluiu o curso de Bacharel em Direito no dia 8 de dezembro de 1961. Durante o curso ingressou na política estudantil, tendo sido eleito por maioria dos votos a Diretor Geral da Casa dos Estudantes do Ceará por 2 anos.O curso de direito surgiu como opção obvia para o menino com sede de justiça e que gostava de uma boa contenda. Formado em direito, deixou a política. Militou como advogado e ingressou no serviço público no DNOCS. A mudança da nova capital surgiu nesse contexto e João se viu novamente diante de um desafio, deixar o Ceará e seguir para o desconhecido..

 

As inquietações do menino que pensava lhe conduziram para a política estudantil em um momento em que o movimento dos secundaristas e universitários era forte no Brasil, essa jornada culminou na sua eleição à diretoria da casa do estudante por dois anos consecutivos.

 

Casado e com filhos pequenos, começando a vida, acreditou, como Juscelino, no sonho de Dom Bosco, migrou para Brasília. Acreditou que a partir do centro o Brasil poderia ser melhor e assim se lançou, sem olhar para trás. Com uma lágrima não chorada deixou a terra querida.

 

Ao chegar em Brasília se impressionou com a chuva que regularmente caia e fazia o cerrado ficar verde todos os anos, a natureza lhe pareceu mais favorável. No horizonte sem fim da capital federal deitou um olhar de certeza de ter encontrado o seu lugar.

 

Em Fortaleza (CE) exerceu a profissão de advogado em escritório particular e ingressou no serviço público como advogado do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS).

 

Foi transferido para Brasília em maio de 1966 como Diretor do Departamento de Pessoal do DNOCS.

 

. Na Fundação Nacional do Índio, se viu, como muitas vezes na vida diante do impossível. Viajou por todo o Brasil tratando das contendas que envolviam os interesses dos índios, suas terras e a sociedade. Nessa época onde os meios de comunicação careciam da eficiência atual era necessário que se deslocasse um advogado para intermediar qualquer conflito

 

Posteriormente, exerceu o cargo de advogado da Fundação Nacional do Índio - FUNAI onde se aposentou ao completar 35 anos de serviço público.

 

A poeira vermelha rodopiava em uma Brasília em construção. João se sentia fazendo parte do projeto de um novo Brasil. A cidade lhe confirmava a sensação interna de que tudo é possível quando se quer. Diferente de muitos na época, acreditou, defendeu e tomou Brasília como a sua terra e nunca pensou em voltar.

 

.Nessa vida de incessantes viagens pelo Brasil contou com a retaguarda da sua esposa que o acompanhou desde o Ceará e que além de trabalhar como funcionária pública cuidava do lar e dos filhos. João Belmino trouxe consigo dois filhos pequenos, nascidos em Fortaleza, mas muito se orgulhava de ter uma filha nascida em Brasília.

 

1º - Leonardo Quinderé Belmino Chaves - médico - residindo em São Paulo (SP) desde 1987 - casado e pai de dois filhos: Carolina e João Pedro. Ela cursando a faculdade de Arquitetura e ele recém admitido no curso de economia.

 

2º - Mirna Quinderé Belmino Chaves - arquiteta - reside em Brasília (DF) - casada e mãe de dois filhos: Bernardo e Débora. Ele cursando a faculdade de engenharia civil e ela a faculadade de arquitetura.

 

 

 

3ª - Nídia Quinderé Chaves Buzin - advogada - reside em Brasília (DF) - casada e mãe de três filhas: Fernanda, Vanessa e Milena. Todas estudantes do ensino fundamental.(JBSG)

 

Brasília se concretizava, o poeirão dava lugar a gramados bem cuidados, os últimos projetos de Niemayer saiam do papel, a vida profissional e familiar se estabilizava, mas João mantinha-se inquieto, algo em si clamava por mais.

 

Aquele menino que deixou a fazenda para seguir os estudos queria retomar o que não foi possível no passado, assim João foi em busca de umas terrinhas para poder criar gado e de certa forma resgatar o que teve que abandonar.

 

Hoje, aposentado, após 35 anos de serviço publico e aos 82 anos, João se orgulha de contar cada bezerrinho que nasce nas terras que possui em São João da Aliança, GO. Continua a amar Brasília incondicionalmente e a acreditar no impossível.(JBSG).