Segunda, 29 Abril 2024
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Isis Quezado Magalhães

Isis Quezado Magalhaes (Fortaleza ) - três gerações de Médicas cearenses

Maria Quezado Soares nasceu em 18 de janeiro de 1925 em Aurora, filha de Napoleão Quezado Filgueiras e Mria Pinto Filgueiras. Eram seus irmãos: José (Zequinha)PintoQuezado, que ficou em Aurora, Zenith Quezado, que foi juíza e viria para Brsília, Zenóbia Quezado, que foi irmã de Caridade em Belém/PA, Vicente Quezado, advogado trabalhista, em Fortaleza, Dalila Quezado,funcionária pública, Nadir Quezado, professora, viva em Fortaleza, Jefferson Quezado,advogado trabalhista .

 

Fez o primário em Aurora, o ginasial na Escola Normal Justiniano de Serpa e Medicina na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife.

 

Em 1949, Maria Quezado formou-se em Medicina . Na turma de 40 alunos, apenas cinco eram mulheres.

 

Voltou para Fortaleza, trabalhou do Centro de Toxicose do Estado e praticou clinica pediátrica privada.

 

Casou-se em 1952 na Igreja do Rosário com o agrônomo Antonio Pedro Soares, formado pela Universidade Rural do Rio de Janeiro,que trabalhou no Serviço de Defesa Sanitária Vegetal da União .

 

Do casamentonasceram em Fortaleza: Carlos Antonio Quezado Soares engenheiro elétrico, trabalha no Senado Federal, Isis Maria Quezado Soares, médica especialista em oncologia pediatrica, Zilah Quezado Soares, arquiteta, hoje residente em Londres casada com arquiteto Thomas Decker, Marcos Antonio Quezado Soares, engeheiro elétrico, trabalha no Ministério do Planejamento, Alice Maria Quezado Soares, agrônoma da Embrapa.

 

D. Maria clinicou por 25 anos e dedicando-se especialmente às crianças, om os quais tinha uma relação toda especial,por conhecimento de suas carências e necessidades.

 

Em 1973, Antonio Pedro Soares foi transferido pelo Ministério da Agricultura, de Fortaleza para Brasília onde já residia o filho Carlos Antonio que passara em vertibular da UnB na área de engenharia.

 

Toda a família veio então para Brasilia, residindo na 104 Norte, em apartamento funcional. Com dois anos o Sr. Antonio adoeceu e faleceu. Isis e Carlos já estavam na UnB, ela fazendo Medicina e ele engenharia elétrica. Os três menores cursavam o ensino médio no Colegio Maristas. Entragaram o apartamento funcional e foram morar de aluguel na 306 Sul.

 

D.Maria trabalhou no Serviço Médico do Ministério da Agricultura e no INPS , inicialmente no Posto de Assistência Médica/PAM, do Gama, naquele tempo ainda mais distante do Plano Piloto. “Atendia com gosto, revela Isis. Minha a era apaixonada pela profissão. Muitas vezes a acompanhei no plantão dela, no Gama, como estudante. Gratificava-me muito ve-la atendendo com desvelo e carinho aquelas crianças”.

 

D. Maria jamais cortou o umbigo com o Ceará. Sempre ia a Fortaleza rever os irmãos e sobrinhos. Rotineiramente, era requisitada para opinar sobre questões médica e familiares, tornando-se ponto de referência para encaminha-los na vida. “Sua opinião pesava, pela vivência e pelo carinho com todos”, ressalta Isis.

 

Aposentou se no serviço público pela expulsória, aos 70 anos , e ainda clinicou até os 74, quando foi acometida de um problema neurológico. “Sofremos com ela, que nos conduzia na vida com muito amor”;

 

Em Brasilia, sua filha Isis Maria Quezado Magalhães, nascida em 1955,se formou em Medicina , em 1979, 30 anos portanto depois de sua mãe,e neste tempo 25% da turma eram constituido de mulheres. Especializou-se em pediatria e dois anos depois fez hematologia e oncologia pediátrica, uma vez que havia uma carência muito grande de especialistas. Crianças acometidas com essas doenças eram tratadas por médicos de adultos. A especialização foi feita no Hospital do Câncer de São Paulo.

 

Isis casou-se em 1978 com o também médico Henrique Cesar Vianna Magalhães (paulista, de Lins)

 

Do casamento nasceram em Brasília os seguintes filhos: Thaís Quezado Soares Magalhães, formada em Relações Internacionais, trabalha no MPDFT, Renata Soares Magalhães, médica, especializada em oftamologia, Pedro Henrique Soares Magalhães, formado em Direito, e Ana Paula Quezado Soares Magalhães, estudante de Direito,

 

Isis começou a estruturar o serviço de oncologia pediátrica, formando equipe na unidade de pediatria do Hospital de Base. “Uma luta de uma vida, pois não se conseguia fazer muita coisa.Na década de 80 um grupo de pais cujos filhos eram tratados no Hospital de Base viu as dificuldades de tratamento da doença e a partir daí foi criada a Associação de Apoio à Criança com Cancer, ABRACE, que passou a complementar as dificuldades inerentes ao serviço público para que conseguissse trazer para o Brasilia o que de melhor havia em outros centros do país. Foi um trabalho de muitos. Formamos uma equipe forte. Como 43% dos pacientes vinham de fora de Brasília,a ABRACE passou a apóia-los com hospedagem,alimentação, medicamentos.

 

Em 2012, foi editado o livro “Anjos, a arte de transformar dor em amor”, de Roberto Nogueira Ferreira, um dos país fundadores da ABRACE, que conta a história da entidade que mudou o conceito da assistência ao câncer em Brasília.

 

Isis escreveu no prefácio: “Como seriam osnossos ideais científicos , técnicos, humanitários sem a parceria que naquele instante se formou, dos pais que conseguiram olhar em volta além de sua própria em dor”.

 

“Minha mãe sempre foi apaixonada pelo trabalho. Sigo suas lições. Ela me ensinou que era possível equilibar a vida profisisonal e a pessoal,aliando o amor àprofissão com a responsabilidade com a família. Sou apaixonada pela profissãocomo ela era.”, assinala Isis.

 

Renata Magalhaes, neta daavó medica , Maria, e filha de pais médicos ,Henrique e Isis, se formou em Medicina 2007, e 50% da turma eram de mulheres.

 

Renata trabalha com o pai na Instituto de Olhos de Brasilia

 

Mudaram as mulheres e a Medicina.

 

Maria,então com 80 anos, foi a festa de formatura e deu o anel a Renata, transmitindo de geração ageraçãoo amor pela vida do próximo,na linha de doação abraçada por elas. (JBSG).