Segunda, 29 Abril 2024
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José Pereira Brito

Um dia, José Pereira Brito conheceu Luis Severiano Ribeiro, pai, cearense de Fortaleza, não conheceu os dois outros, filho e neto, o que não impediu que se transformasse no proprietário dos maiores cinemas das cidades satélites do Distrito Federal, tendo a Ceilândia como base, onde é pioneiro, mesmo porque se estendeu pelo Goiás, indo a Luziânia e a Goiás Velho. O gosto morreu quando os cinemas dos centros das cidades e das periferias começaram a morrer por falta de público, fugindo para os shoppings, com coca-cola, sorvete e pipoca.

 

José Pereira Brito nascido em 20 de maio de 1943, na cidade de Icó, a 368 km de Fortaleza, 5h e 7m de viagem, pela BR 116, na fazenda Forquilha dos Batistas, a quatro léguas da cidade, 24 km, filho de Vicente Pereira de Brito e Josefa Felix da Silva, ele pequeno fazendeiro de gado, ovelha e plantio de milho, feijão, arroz e algodão, este antes do bicudo que acabou com a monocultura no Ceará. Os Pereira Brito, da Forquilha dos Batistas, e os Nunes Felix da fazenda Genipapeiro, a três léguas da cidade são da região de Icó.

 

Vicente era filho de Joaquim Pereira Brito e Maria do Rosário Batista, Josefa era filha de João Felix da Silva e Rachel Nunes da Silva. A família de Brito era numerosa: Joaquim Pereira de Brito, fazendeiro morador na Forquilha dos Batistas, casado com Antonia Batista, com quatro filhos – José Maurício, técnico agrícola, José Mauro, morando em Belém/PA, comerciário, Luzimar, trabalhando por conta própria em Icó; Luziano, professor; Francisco Pereira Brito, comerciante em Icó, casado com Francisca Amancio Pereira, com três filhos – Paula, Luciano, Rachel; Maria Pereira da Silva (chamada de Valdeci), é professora, casada com Antonio Batista da Silva, falecido, com seis filhos – Jairo,comerciante, Maria Vacilene, que mora em Macapá, sendo ela delegada de polícia, Jarismar, funcionário do Banco do Brasil no Crato, Jarivan,comerciante, Virlandia Maria, comerciante, e Vicente Jean, servidor público; Maria Zuleide Pereira Marques, do lar, casada com Luis Marques de Oliveira com quatro filhos – Eudo, Elenice, Edileide, minha afilhada, e Miriam; Antonio Pereira Brito, empresário em Belém/Pará, do ramo de material de construção e papelaria, casado com Divanira, tem dois filhos:, Thiago e Rodrigo, e de outros casamentos Junior, trabalha com seu pai, Rachel, servidora da Embrapa, Alexandre, Wellington; Geralda Pereira Brito, separada, com três filhos: Karine, Rangel e Marcelo; João Pereira Brito, morando em Ceilândia/DF, comerciante, casado com Dinalva, com três filhos: Fernanda, professora, Mayra, servidora pública, minha afilhada e Eduardo, militar; Maria Socorro Pereira Batista, casada com João Batista, com dois filhos: Analice, minha afilhada e Eduardo, servidor público; Vicente Pereira Filho (chamado de Paulo), comerciante em Icó, no Mercado Público, casado com Darcilene, com quatro filhos: Tulio, Thiago, Talita e David; Antonia Pereira Bezerra, morando em Fortaleza, casada com José Bezerra com quatro filhos: Dorivando,servidor público, Daniel, Diogo e Diana, todos professores em universidades federais.

 

“Estudei na roça, meu pai arranjou uma professora para nos alfabetizar. Em 1959, com 17 anos, já sabendo ler e escrever e efetuar as quatro operações, fui para a cidade de Iguatú que fica perto do Icó. Meu pai não queria deixar, mas como estava determinado, vendi um gadinho que eu tinha e botei o meu primeiro negócio. Deu tudo errado e meu pai em 1959 foi a Iguatu me buscar. Deu-me um carão, mas me perdoou pelo erro. Mas em Iguatu aproveitei parte do tempo estudando no colégio Dr Antonio Gouveia.

 

Em 1960, já convencido que não trabalharia na roça, fui para Floriano/PI, de carona em caminhão de carga, viagem de dois dias, para vencer uma distância de 700 km, para trabalhar com Jorge Batista da Silva, meu primo, filho de Philomeno Batista da Silva e Maria Felix da Silva, irmã de minha mãe. Ele, o Jorge Batista, tinha uma grande loja de miudezas que atraia fregueses das cidades próximas devido a variedade de produtos. Jorge transformou o negócio em Jorge Batista e Cia uma distribuidora de medicamentos hoje com matriz em Floriano e filiais pelo Piauí, Maranhão e expandiu por vários estados do Nordeste e, depois foi trabalhar com Antonio Batista, irmão de Jorge Batista, também comerciante na cidade de Floriano/PI.

 

Fiquei nove anos em Floriano, conclui o primário no colégio Jose Ribamar Leal, fiz o exame de admissão e cursei o ginasial e iniciei o curso científico no colégio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchoa, concluindo apenas o primeiro ano.

 

Em 1969, tinha um fusquinha branco e decidi vir para Brasília com um vendedor de seu primo Jorge Batista de nome Etevaldo. Enfrentaram um estirão de estrada de 2.400 km, pegando Rio-Bahia, em Petrolina/PE, indo até Governador Valadares, depois Belo Horizonte e seguir pela BR 040 ate Brasília, cheguei no final do ano fui parar na W3 na casa de um amigo do Etevaldo.

 

Em seguida, fui morar na casa de um amigo de Floriano no Guará I.

 

Comecei a escalar a pedreira, vendi o fusquinha e comprei um bar na Praça do DI (Departamento Imobiliário), em Taguatinga. O DI foi o antecessor da Terracap, lá fiquei um ano e pouco, vendi o bar e através de licitação comprei um lote em Taguatinga Norte. Em 1971, fui trabalhar com Salomão José Guimarães, que era dono de uma rede cinemas – no Cine Paranoá, com 1.200 lugares, em Taguatinga, exercendo a função de gerente. Fiquei seis meses. Hoje, o cinema Paranoá é uma galeria comercial. Conheci um fiscal da Embrafilme, Benigno Teixeira, que me informou que estavam vendendo o cine São Francisco, em Brazlândia, de 350 lugares. O cinema era do dr. Stênio da Silva Rios, amigo do dr. Osmar Alves de Melo. Vendi o lote de Taguatinga Norte e comprei o Cine São Francisco, em 1972.

 

Trabalhar com cinema era um bom negócio. Em 1973, Brito arrendou o cine Planalto, de 300 lugares, em Luziânia/GO, que manteve até 1976. No ano de 1973 comprou os maquinários e poltronas do cine Bandeirante, com 1.100 lugares, reconstruído na CNM 1, na Ceilândia, pelos Srs. Rafael e João Alemão e aluguel o prédio, depois que demoliram cinema com mesmo nome no Núcleo Bandeirante. Em 1975, arrendou o cine Itamaraty, de 700 lugares, em Ceilândia Centro, que pertencia à família Matsunaga. Em 1978 arrendou o cine Amazonas com 400 lugares, na Cidade Satélite do Gama, pertencente ao Sr. Agenor Guimarães. Comprou também um cinema em Goiás Velho, a 300 km de Brasília, com 350 lugares. Em seguida adquiriu um terreno para cinema na Ceilândia Norte, através de licitação da Terracap, na QNM 16, Lote B, onde construiu o cine Regente, de 750 lugares, em 1980 funcionou até 1994, hoje galeria de lojas e salas comerciais, naquela época contou com a valiosa orientação de seu amigo Joaquim da Silva Torres, conhecido por Joaquim Português, era mestre de obra e lhe dava orientação na construção do prédio do Cine Regente.

 

“O filme que deu maior renda.“Lucio Flavio” fez muito sucesso e encheu a casa. Sábados e domingos sempre enchiam o estabelecimento, pois era a única diversão, sem contar que antes os rapazes e moças iam ao cinema para namorar, hoje não precisam ir ao cinema para paquerar. Naquele período, trouxe para fazer apresentação no cine Bandeirante, da Ceilândia, com casa cheia, Odair José, Ângela Maria, Elza Soares. No auge a nossa empresa Cinematográfica Rios Ltda recebeu das mãos do Governador do Distrito Federal José Ornelas, em 1982 o troféu Mérito Tributário de maior contribuinte de ISS de Ceilândia; ficou muito feliz por seu nome constar na calçada da fama do Supermercado Espírito Santo, agradeceu ao empreendedor Albino Maneiro, reconhecendo-lhe como um dos pioneiros de Ceilândia. Lembra-se com gratidão de seus colaboradores que ficaram até as luzes se apagarem.

 

Em 1970, retomou seus estudos, em Taguatinga, concluindo o 2º grau, no Colégio Centro Educacional Ave Branca – CEAB.

 

Tentou o vestibular para a UnB em 1973, mas não passou, em 1974 passou no vestibular na Faculdade de Direito no CEUB, e concluindo em 1979. Foi aluno do mestre cearense Jair Ximenes, de Beberibe, do senador Franco Montoro, José Ribamar Moraes, Alberto Peres, Amauri Serralvo, Pedro Julião, e guarda recordações de alguns de seus colegas, como Edilson Lobão, Valdecir Camelo, que foi delegado, Adalberto José Dantas, que é militar, Pedro Matsunaga, e Guizélia.

 

Em 1978, casou-se com sua colega de turma Guizélia Dunice Brito nascida em Paranaguá/PR, filha Eduardo Dunice e Alice de Oliveira Dunice, o seu pai era mecânico e caminhoneiro e sua mãe costureira, morou seis anos em Curitiba, depois Monte Carmelo/MG, estudou no Rio de Janeiro, retornou a Monte Carmelo, que fica no Triângulo Mineiro, chegando a Brasília em 1973. Brito e Guizelia passaram a trabalhar juntos, sócios na empresa e no escritório. O casal tem três filhos, Frederico Dunice P. Brito, advogado, sócio da Marcon & Dunice Advogados Associados; Elizabeth Josepha Dunice Brito, graduada em Publicidade e Propaganda, mas que exerce a profissão de fotógrafa, em Sidney/Austrália há sete anos e Raphael Dunice Brito, formado em direito, passou no exame de ordem, mas atualmente é agente de polícia civil do DF, lotado na Divisão de Operações Especiais. Brito tem outro filho, Humberto Barbosa Pereira, nascido em Brasília, auxiliar jurídico trabalha na Marcon & Dunice Advogados, e que lhe deu os netos Ruthe e Ronaldo.

 

Em 1981, Brito se inscreveu na OAB sob o nº 4021. Desde então tem escritório de advocacia no Cine Regente, sala 106, faz advocacia cível e família.

 

Em 1985, diversificou seu negócio de cinema, abrindo um depósito de bebida, Atacadão das Bebidas, que funcionou até 1995.

 

Em 1995 fechou o último cinema e a distribuidora de bebidas, voltando-se para a advocacia e administração dos seus imóveis.

 

De 1998 a 2002, fez sua única experiência na área pública, sem prejuízo de suas atividades privadas, como assessor parlamentar do deputado Alírio Neto, na Câmara Legislativa.

 

Todo ano passa o Ano Novo com os irmãos, sobrinhos, cunhadas, cunhados que moram em Icó: Francisco, Maria Valdeci, Maria Zuleide e Vicente que o chamam de Paulo. Os que moram fora são intimados a participar da confraternização, de Icó vão à Forquilha dos Batistas, onde mora Joaquim, oportunizando rever seus familiares. Seu pai faleceu em 26.10.1985 e sua mãe em 29.01.2006.

 

Dedica-se ao Rotary Clube de Ceilândia, do que foi fundador, e a Maçonaria, na Loja Maçônica Estrela do Planalto, em Taguatinga, a 3ª Loja do Distrito Federal, fundador da Loja Maçônica Filhos de Davi nº 25, em Taguatinga. Foi fundador da Ordem DeMolay, entidade paramaçônica juvenil para jovens de 12 a 21 anos de idade e formadora de líderes, no Plano Piloto, juntamente com minha esposa Guizélia somos fundadores do Capítulo Planalto Central nº 29 da Ordem da Estrela do Oriente e também apoiamos a instituição paramaçônica Assembléia Flores do Cerrado da Ordem Internacional do Arco-Íris para Meninas entre 11 a 20 de idade. Vale dizer que estas duas últimas instituições paramaçônicas são patrocinadas pela Grande Loja Maçônica do Distrito Federal. Foi candidato a Grão Mestre adjunto. Morou 32 anos em Taguatinga e atualmente reside em Águas Claras – DF.