Segunda, 29 Abril 2024
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Carlos Hamilton

Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo morou dos nove aos 16 anos de idade, em Sobral, no Ceará. Lembra o prazer que era atravessar a nado o rio Acaraú, na época da cheia, e jogar futebol naquela areia grossa, no tempo da seca.

 

Daquele quadro, impossível imaginar que em março de 2010 seria o primeiro cearense e, também, o primeiro funcionário de carreira da casa a assumir o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil (BACEN).

 

Nascido a 4 de agosto de 1964 (Sobral), Filho de Francisco Milton Araújo (in memoriam) e Maria Ruth Vasconcelos Moura, residiu nos seus primeiros anos no distrito de Lisieux, em Santa Quitéria, Ceará.

 

Aos nove anos foi para Sobral. Começaria carreira profissional aos 18 anos, trabalhando no Banco do Estado do Ceará (BEC), na cidade de Independência.

 

Estimulado pelo pai, faria o curso de Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com a maior parte do curso acumulada a jornadas de trabalho noturnas no BEC.

 

Em finais de 1989 e início de 1990, fez concurso para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e BACEN. Foi aprovado em ambos. Com a posse do presidente Fernando Collor e a suspensão de novas contratações no serviço público federal, trabalhou de 1990 a 1992 na STN, para depois ingressar no BACEN, em Brasília.

 

Ocupou diversos cargos, como chefe da Mesa de Operações no Departamento de Operações do Mercado Aberto (1992), consultor do Departamento de Estudos e Pesquisas, chefe adjunto e depois chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas, diretor de Assuntos Internacionais, até assumir o cargo de diretor de Política Econômica, em que permanece até hoje.

 

Em 1994, foi para o Rio de Janeiro. Cursou mestrado e doutorado em economia, na Escola de Pós-Graduação em Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Sobre o curso de mestrado, lembra que foi chamado pelo orientador da dissertação, Pedro Cavalcanti, que o elogiou pela qualidade da redação. Hamilton lembrou-lhe agradecido do Padre Osvaldo Chaves, do Colégio Sobralense, professor da 7ª série do Primeiro Grau à 2ª do Segundo Grau, à época, por exigir quatro dias na semana uma redação de 10 linhas sobre alguma passagem da Bíblia e, na sexta-feira, uma de 25 linhas sobre temas diversos, afora a leitura mensal de um clássico da literatura portuguesa.

 

Da sua banca de doutoramento, em 2000, participaram o então presidente do BACEN, Armínio Fraga, e o atual, Alexandre Tombini, mais três professores da EPGE/FGV: Renato Fragelli, Cristina Terra e Renato Flôres.

 

Formação acadêmica: Doutor em Economia (2000, Escola de Pós-Graduação em Economia, da Fundação Getúlio Vargas – EPGE/FGV); Mestre em Economia (1997, Escola de Pós-Graduação em Economia, na mesma EPGE/FGV; Engenheiro Civil (1989-UFC).

 

Cursos de pequena duração: “Financial Programming and Policies” (2003, Instituto do Fundo Monetário Internacional – IIMF). Políticas Públicas e Gestão Governamental (1990, Escola Nacional de Administração Pública – ENAP).

 

Outras atividades: Professor de Macroeconomia, em cursos de pós-graduação lato sensu e em cursos de graduação na FGV – RJ (2003/2004); Professor de Macroeconomia, em cursos de graduação no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – IBMEC-RJ (2001/2002).

 

Funções exercidas : Analista no Banco do Estado do Ceará S.A. (1984-1990); Analista na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) (1990-1992); Chefe da Mesa de Operações no Departamento de Operações do Mercado Aberto (2000-2001); Consultor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Banco Central do Brasil (2001-2005); Chefe Adjunto do Departamento de Estudos e Pesquisas (2005-2006) e depois, Chefe (2006-2010) e Diretor de Assuntos Internacionais (26 de fevereiro a 27 de abril de 2010).

 

Componentes de Curto e Longo Prazo das Taxas de Juros no Brasil, Trabalho para Discussão nº 55, Banco Central do Brasil, novembro de 2002, com a co-autoria de Osmani Teixeira de Carvalho Guillén; Mudanças de Regime no Nível e na Volatilidade do Câmbio Real Brasileiro, Trabalho para Discussão nº 41, Banco Central do Brasil, junho de 2002, com a co-autoria de Getúlio Borges da Silveira Filho; Mercado de Títulos Públicos e Operações de Mercado Aberto no Brasil, Nota Técnica nº 12, Banco Central do Brasil, janeiro de 2002; Movimentos de Capitais: O Financiamento Externo à Economia Brasileira 1991-1998, Tese de Doutorado, 2000, EPGF/FGV; Reforma Tributária no Brasil: Efeitos Alocativos e Impactos de Bem-Estar, Dissertação de Mestrado, 1997, EPGF/FGV.

 

A mãe mora atualmente em Sobral, juntamente com duas irmãs e um irmão, e o outro irmão reside em Garanhuns (Pernambuco). Tem duas filhas, Valentina, de onze anos, e Vitória, de nove, do primeiro casamento, as duas cariocas; e Petrus, de sete meses, brasiliense, do seu atual casamento com Márcia Fernanda.

 

Realizado profissionalmente, é convicto de que a maior mudança na vida de um homem é o nascimento dos filhos, ressalvada a importância do casamento, família, amigos e outros. (LJMJ)