Segunda, 29 Abril 2024
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Francisco Machado da Silva

Francisco Machado da Silva( Pedra Branca) - Médico, militar e diretor da Casa do Ceará.

 

Nascido no sítio Queimadas, em Pedra Branca-Ceará, em 8 de dezembro de 1945, filho de José Machado da Silva, agricultor e pequeno comerciante, e Lídia Gonzaga da Silva, do lar, nascidos em Pedra Branca, já falecidos, com um irmão (Luis, 68 anos), ex-militar e ex-bancário (BB), atualmente comerciante no Sergipe, e uma irmã (Antonia, 52 anos), bancária (CEF), em Fortaleza.

 

Até os dez anos, a família morou em várias localidades entre Pedra Branca e Independência.

 

Em 1956, iniciou o curso primário, com o irmão Luis, um ano mais velho, no Grupo Escolar Francisco Vieira Cavalcante (pai de Álvaro Lins Cavalcante, ex-presidente da Casa do Ceará), em Pedra Branca.

 

Em 1958, mudou mais uma vez para Independência, onde fez o primário em 1959, e, como já havia sido fundado o Ginásio Santana pelo vigário local Pe. José Jacques Moura (Ipueiras), passou ao curso ginasial, que terminou em 1963. A decisão de levar a família para morar na cidade foi de sua mãe, Lídia, que cuidava de seis vacas da família e tirava o leite, com a ajuda de seu avô paterno, Cassemiro, que dizia pro filho José levar os filhos para a cidade, já que o “mato não dava futuro a ninguém”.

 

“Lembro ter vindo de Independência para Fortaleza num caminhão de bodes e ter andado com eles tangendo a carga do quilômetro oito até a feira do Otávio Bonfim, no mercado São Sebastião”, diz Machado.

 

Menino feito, chegou a ganhar apenas o que deu para adquirir um par de sapatos novos, inicialmente em um bar, recebendo 50 centavos por pequenos serviços, depois vendendo bilhetes de loteria, tarefa que o pai não condenava, porque, de quando em vez, se podia, fazia sua fezinha.

 

Em 1964, incorporou-se ao Exército no 4º Batalhão de Engenharia de Construção em Crateús, para prestar o serviço militar obrigatório, como recruta, mas logo com seis meses de caserna foi promovido a cabo, resolvendo engajar-se na Arma, na qual ficaria até 1992.

 

Quando foi servir ao Exército, pressentiu que ali estava a estrada real para o sucesso. Os colegas se surpreendiam de encontrá-lo, sempre rindo, ao que ele explicava:

 

– “Rio, porque estou feliz”.

 

No Exército, Machado conheceu um médico pela 1ª. vez, quando fez exame de saúde .

 

Em 1967, concluiu o curso de Sargento, como identificador dactiloscopista, indo servir no QG da 10ª. Região Militar em Fortaleza, onde terminou, em 1968, o segundo grau na Escola Técnica de Comércio, que havia iniciado ainda em Crateús, no colégio Rui Barbosa.

 

Em 1972, ingressou no curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), conseguindo conciliar os estudos na faculdade com as obrigações no Quartel, diz “claro que matando um leão a cada dia”, assim levando até o meio do ano de 1976. Ainda no quarto ano, foi transferido pelo Exército para Brasília, onde chegou em 2 de agosto, para servir como sargento burocrata no Hospital do Exército (à época Hospital de Guarnição de Brasília). O diretor do hospital era um cearense, coronel médico Lauro Caminha Fiúza Lima (Aracati), já falecido, que lhe permitiu continuar seu curso de Medicina, concluindo-o em 1º de dezembro de 1978, na Universidade de Brasília (UnB). Na UnB inicialmente foi visto com desconfiança pelos novos colegas, especialmente porque andava fardado. Alguns pensavam que fosse agente dos serviços de informação, tudo superado quando souberam de sua trajetória de determinação pela Medicina.

 

No final de 1979, já médico, foi aprovado em concurso para a Escola de Saúde do Exército (Rio de Janeiro), e ingressou no quadro de Oficiais Médicos.

 

Em 1980, concluiu o curso de Oficial Médico e iniciou os primeiros passos em Gastroenterologia, em um curso no Serviço Especializado na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, do Prof. Tancredo Figueiredo Mendes. No mesmo ano, foi promovido a primeiro-tenente, e designado para servir, nos anos de 1981 e 1982, no 58º Batalhão de Infantaria Motorizado em Aragarças, em Goiás, na margem direita do decantado rio Araguaia, em cuja margem esquerda situa-se a cidade de Barra do Garças, já no estado do Mato Grosso. Lá conheceu a pedagoga Rita Márcia Polidório, e com ela se casou em 12 de fevereiro de 1982.

 

Ficou fora de Brasília em 1980, 1981 e 1982, retornando definitivamente em janeiro de 1983, para servir como oficial médico no HFA, onde fez especialização em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, permanecendo como médico militar no posto de major (proventos de tenente-coronel).

 

Em 17 de abril de 1984, nasceu Mariana Polidório Machado, graduada em Direito e Sociologia, pós-graduada em Direito Constitucional e Direito da Economia e Empresa, e trabalhando como secretária no Senado Federal. Casou-se com Raul Maurício Mendes Melo Pinto, formado em Direito e Pedagogia, diretor pedagógico do colégio Maurício Sales de Mello.

 

Em 18 de novembro de 1986, nasceu Natália Polidório Machado, graduada em Medicina, fazendo residência médica no HRAN, na especialidade de Ginecologia e Obstetrícia.

 

Rita Márcia Polidório Machado trabalhou como educadora e administradora escolar por mais de 20 anos em uma rede de ensino na rede privada, terminando a carreira (aposentada em 2005) como diretora do INEI, da Asa Sul, e desde então participa de movimentos de mulheres, em ações de cunho social, cultural e filantrópico, como a Rede Feminina de Combate ao Câncer, o Clube Internacional de Brasília, o Clube Soroptimista Internacional de Brasília e o Pró-Arte de Brasília, a Academia Internacional de Cultura, como membro titular. “Ou seja, não há monotonia na minha vida”, afirma.

 

Machado, atualmente, além do HFA, trabalha também na rede privada como sócio de clínica. Foi presidente no biênio 2010/2012 da Sociedade de Endoscopia Digestiva do Distrito Federal e diretor médico na Casa do Ceará. (JBSG, com Lustosa da Costa In memoriam)

 

Atua também em Clube de Serviço, como sócio representativo do Rotary Clube de Brasília, do qual foi presidente de 2002 a 2004. (JBSG)